páginas brancas

Thursday, September 24, 2009

Amo te na dimensão azul do céu
Na extensão púrpura do crepúsculo
Na bravura do trovão !
Sempre ... em perpétuo movimento ...
Na oscilação constante e demorada do tempo !

Amo te em constância dulcífica
Na conversão de meu alheamento
Na crença da tua alma juntinha á minha
Em animosa inclinação ... em recta preferência!!!

Amo te...amo te...amo te!!!
Esgaravataram me os olhos á procura de adivinhas
Espiolharam me a alma na dimensão dolorosa da pesquisa
Mas eu...eu que sou de ferro ... de aço ... de malha batida
Me não deixei esmiuçar em julgamentos adivinhos!
Ah!queriam me saber o segredo ...me comerem a seiva aquecida
Queriam me puxar para os lados...para os sossegos da vida
Mas eu não vim para descansar ... para dormir ...
Cheguei para me estontear ... me enlear nos rostos doloridos
Nos bosques ... nas matas abastadas... impenetráveis ... rodeando os perigos
Debatendo me em desarmonias como quem se não entrega ao bandido
Debilitaram me as pernas os braços doloridos
As costas ensaguentadas das manchas coloridas
Mas a minha alma o meu requinte se não entregou em demasias
Vieram Anjos ... bons espíritos a me secarem as carnes dulcíssimas ...
Vim! sou lume...água...fogo contido
Alojei me ... grande...em peitos amigos
Ando por todo o lado brincando ás escondidas
Porque nesta vida ... nesta terra esquecida
Me vim morar pr'á casa dos pequeninos
E é bom que me não vejam e não dêem por mim
Que me ando em preces ...sempre compensando
O prejuízo que o grande fez ao pequenino!..
Em sonos ligeiros a pedirem calmaria

Wednesday, September 23, 2009

Cheiraram lhe a cara em doçuras
Viram lhe os cheiros a framboeasa
E por anos oscultaram o caração
Escutaram lhe a canção
Baladas de outros tempos
Compassos compridos ... adormecendo...
Motetes grandiosos amanhecendo ...
A certo donzel há muito ausente...
Agitavam se nela harmonias desconcertantes
Eram assim nela as trovoadas pequenas em preces e demandas
Silenciosas em suspirações trovantes ...
E nos abalos de seu coração quente
Que por décadas se tinha adormecido em pasmos pequenos
Prostrou se em silencios uma inquietação levinha...assim...adormecendo....
Eram pássaros a sua companhia...singelezas aérias...delicadezas
E do céu lhe traziam árias...cançonetas de outros tempos
Texturas densas onde se espreguiçava em espirais pequenas
Entrançando se depois em rolos ... em vagas erenas
Partia se em demandas e agravos ascendentes na busca do amigo pequeno
A menina ... a donzela que envelhecera na busca de um seu amor portento

E isto é só para vos dizer que há gente com muita paciemcia
Então não é que um dia se achegou a ela num rolar de mar
Em prolongamento de um grito a seu nome
O amor dela que se tinha há muito baldado por outros assentos ...

E por dentro da malha consistente de tão farto alento
Ecoam até hoje os enamorados nas goelas dos ventos...

Friday, September 18, 2009

Chora o gato numa esquina
Ninguém liga poucos querem saber
Se ele também se esguis na lua
Se ele também se acohle no sol
E
E se eu fosse um pássaro
Uma ave pequenina
A furar as estrelas para lá da vida
Trazer te ia a lua essa doce adivinha
Essa barca essa nave pequenina
Que se dá em espreitar... que se dá nas cantigas
Dos contadores de história para as criancinhas
E com mãos meladas de açucar ...
Com dedos de fada madrinha
Deitá la ia no teu leito nessa nave pequenina
Onde dorme uma criança que se fez homem um dia...
E se eu fosse em derrames pelas noites escondida
Em passos lentos e em camisa de linho
A roçar me com jeito e resvalar me sózinha
Por esse céu adentro que é o meu ninho
En rogos e pedidos de ternuras
Ás estrelas que lá ficaram a guardarem o buraquinho
Para me alumiarem bem a cara as mãos os seios redondinhos
E me indicarem a malha esbranqueada e vazia
Do astro dormente que se veio á terra
Em adorações ao meu infante adormecido...
aH! se eu fosse uma árvore
Daquelas altíssimas
Serpentear me ia nos ramos até ao decima
A ver em regressos a cor da amante
Em elevações de volta para o pino
E assim me teria no segrdo eterno
Daqueles que nunca a viram
Em amores autenticos
Em acomulação no corpo do meu menino...

Monday, September 14, 2009

Dilatou se o crepúsculo
Nas artérias

Thursday, September 10, 2009

toca o tambor a flauta a corneta da vida
Saúda os novos os velhos os anfitióes
Porque a festa está para se acabar
Tudo se eternizará em decepções
Vai cessar o vento de bater nas vidraças
Vão cessar os gritos das crianças da rua
Os cães vão cessar de ladrar nas noites escuras
E as criancinhas pequenos continuarão o seu sono comum
Porque foi na comunhão solene que tudo se te anunciou
E correste atrás do pássaro da galinha do pato
E com a fisga apanhaste melros bons
E um dia a terra te irá colher por semente
Irá comer as tuas carnes gordas e soletrar te nas vinhas
E de noite ouvir se á um canto esquisito
O de um bebado que se foi na nortada a deslizar por uma penhasco soberbo
Toca o tambor canta a sinfonia
Porque na hora da tua morte não haverá outros que o farão por ti
Nesse tom nesse canto de alegria com que animas a multidão
Canta...canta...enche a tua alma sã
Porque quem se entoa tão bem é deneroso e bomzeiro
Canta na antecipação de tua despedida
Ergue os punhos e faz fisgas
Ao diabo que te há de levar
Que te há de espremer te arrancar a espinha!

Wednesday, September 09, 2009

E se fossemos todos crianças com salpicos de aurora a rosearmos a terra
Com matises verdes a pintarmos o descolorido das ervas
Com pinceladas azúis a aclaramos as trevas
A brincarmos nas folhagems a rolarmo nos sem alcançar a diferença
A pontapearmos num jogo de bola a indiferença
A não estabelecermos fronteiras
A partilharmos o pão os marangos o sabão o banho
E se fossemos todos crianças em baloiços aérios
E pudéssemos levar para o alto em gritos de desejos os sonhos
De quem ainda se quer ter feliz e alegre...
E se fossemos crianças a olharmos com espantos
A chuva a cair o sol a raiar
E não querer saber mais do que essa lua que alumia
E essa chuva que cai
Sem nunca perder a esperança de un dia
Nos podermos passear no arco íris
Jogar á malha ao eixo sem nos importarmos de quem haveria de ganhar
E se fossemos crianças a pintar de cores os nossos risos em paredes brancas nas ruas desertas
E colorir a praça que está preta da guerra
E se abríssemos os portões das prisões e abraçássemos os nossos irmaõs
E se lhes pedíssemos desculpa pelos erros pelas culpas
Em concreta e suave regeneração
Ah!e se fossemos como as crianças que gatinham no chão
E que sabem ver o céu e ver as asas dos pássaros amarelas
E pintarmos cavalos azuis vermelhos alados escorregando das nuvens
A trazerem bombons aos pequeninos deitados em presépios
E se abríssemos as janelas e deixássemos entrar a brisa que refresca
Sem sobressaltos sem medos das pedras que lascam os vidros em pedaços
E se fossemos como as flores do campo que se dão a pisar sem gemidos nem pânicos
Como ás crianças que só choram quando o enxuvalho é grande e quando a humilhação impera?
Ah!e se fossemos essas crianças a hastearmos as bandeiras da paz num dia de Pimavera?

Sunday, September 06, 2009

Caiem nas minhas pálpebras as sombras férteis
Das almas que se não mostram... progredindo em espirais
É a canção do Mestre que me é enviada por certo querubim
Que me embala e me segreda assim...dorme...dorme...amor de min...

E eu me abrando... tranquila ... nessa manta espessa ...

Que seria de min...sem ele a me resguardar a alma...assim ?

Saturday, September 05, 2009

Vou te falar do amor
Da lentura que ele tem a se achegar
Na intemporalidade a se escorregar
Da intranquilidade ... do sobresalto que adivinha ...
Vou te falar de certo beijo que nunca veio
Da ideia agitando se em folias entre o céu e a terra
Do sonho ... do devaneio ... da alucinação delirante
De certa criança que em bravuras por décadas o sonhou...

Pernoitou anos a donzela em sonhos e fantasias
Por certo genuíno e válido rapazinho...
Oh!tenuras arvorando...encostando se nos picos mais erguidos
Por essas terras adiante a não lhes conhecer o caminho...
Que nunca se profetizara ela a lhe calcular o destino...
E rezava e pedia...e abria os olhos em relâmpagos atlânticos
E em averiguações cósmicas a interpretar buracos e conchas...
Nos mares e nos caminhos...
E por debaixo de seu lábio maduro
Crescia lhe nos tempos morangueiros andarilhos
Aos cachos sumarentos... em pitadas açucaradas
Com que ela por dentro dos tempos se enriquecia a manjar
Beijos ... os dele a se amolecerem na sua língua ...
E a se comoverem sózinhos...
E no seu peito cresciam roseirais...pomares haríolo...

Mas ela era a guerreira a se nutrir nas luas nos sóis inteiros
E os frutos que ela colhia eram as carícias de seu menino
De seu donzel por essas terras aí se partindo...
E quando se satisfazia em olhares e regalias
Era nos seus braços...de suas cochas gordinhas
Que se satisfazia em observancias e ponderações
A se ver com ele passeando ali... mordiscando as pétalas
De seus cabelos já enegrecidos ...
Porque a menina era o jardim...e a morada de pedra
Com que sonhara toda a vida...
A se recatar...dócil e gentil a mais o seu amor
Que se desprendia do mundo... ali...
E foi nessa casa ... neste jardim ... que se sublimou o sonho
Que se construíu a vida para lá do fim ...

E de longe ... ecoava em lamentos ... um doloroso miar
De quem se queria vir e que por detrás dos montes
Das árvores se econtrava em penas ... se desconsolando assim...
ONNNNNNNNNNDE ESTÁSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS?
Era um pagem que dela se queria aconchegar numa brecha fina de pomar...
Mas cantara lhe em tempos un soneto...uma cantata linda
Certa alma vizinha...

Seria noutra vida ... noutros tempos a surgir
Que a infanta teria para si ... em vez de morangueiros
A escorrem lhe pela garganta em véu de noiva branco
A ter no seu peito...em lugar de seu vergel
O seu amor ... em branduras a ceifar lhe o tojo de seu jardim ...

Só assim se quebraria o feitiço
Da outra dama que lho arrecadar dali...

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Thursday, September 03, 2009

Pegou me a música as asas e fugi!
Investigaram me por aqui...
Calem se ouçam...escutem lá assim...

láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Fugi de cá ... sim sim... por min ...
Por me não mais poder averiguar assim
Envolta em roupas e cheiros
Que não são apropriados para min ...

láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Abri a boca ... pousei os lábios numa varanda de marfim
Acorreu o arco-íris a me estender o seu peito
E foram Anjos elegantes...adornados de diamantes
Que me desmembraram daqui ...
Agora sim !!!!!!
Me estou fundindo em ti...
Chegou a Primavera...trouxe me o seu jardim...
Animaram se os céus ... as rosas ...só para ti...
Chamei a de noite aos astros reluzentos
Que me a mandasse para aqui
Porque eu sei meu amor que é nesta época
Que é nesta luz oriunda das trevas
Que se encaminha o teu sorriso para min...
Chamei os pássaros para fora das suas gaiolas ... assimmm
Em vôos desalgemados ... em aclamações esbaforridas
De quem há muito se achava disperso e aflito
Chamei a menina e o menino
Os animos felizes que há muito se tinham dispersos e arruinados por aí...
Porque é no frio que o homem baixa a cabeça
Que os membros se entesem e se esticam
Que o calor dos amantes amorna e desglorifica ...
Venha pois a nobre e doce amante
A mais o rouxinól e seu petiz!

E não é que assim fora ?
Cantou se esta trova...
Rezou se a Nossa Senhora no seu altar a luzir
E na clareza do dia ... no nascer do astro
Todos se acordaram a sorrir...

Wednesday, September 02, 2009

Flor pequena é que é linda para o amor...
Aninhada no peito em metades cada uma para si...
Lua cheia é ampla ... núpcias para dois
Cobrindo virtudes ... vivificando ternuras ressequidas ...

O sol que clareia e tudo alumia ... é animoso e verifica
Se se esconde o erro... a porfiria nos olhos
De quem se anda aí em tramas e enganos de prejuízo...

Ah!nunca se moveu em mim o ardil ... a causa ... a tormenta desnecessária de zombar de ti...
Tecendo e resgatando para si ... o semeio bom do lado oposto que olha e sorri...
Frescuras de marfim...de estanho polido cheirando a ti ...
Rosa brava estonteante ... aromas salpicando o teu jardin...

Eu sou o musgo verde...o rosmaninho que nasce á tua porta
A sombra de teu espelho que se reflecte sempre em min...
Sou a flor...que tudo vê e nada diz ...